Era uma vez...

Pollyanna era uma moçoila feliz e contente, pra quem não havia tempo ruim e tudo estava sempre bom. Mesmo quando tudo estava uma merda, Pollyanna respirava fundo, contava até três e procurava o lado positivo. De tanto encarar as coisas com um otimismo irritante de tão exacerbado, as pessoas acharam por bem foder seu juízo. Ainda assim, Pollyanna se mantinha sorrindo.

Até que, numa noite chuvosa, veio uma moto e - ploft! - fez purê da Pollyanna, coitada. Foi levada toda quebrada e meio sem chão pro hospital, onde ficou entre a vida e a morte. Mas ela é forte, mais forte que eu e mais forte que você. Então levantou-se, curou-se, recebeu alta e continuou sendo a mesma Pollyanna de sempre, rebolando, se esquivando e desviando dos tomates podres que a vida joga nela. E dos tomates que a acertam, a moça faz adubo orgânico pro seu jardim de mar de rosas.

E pensando em tudo que passou, Pollyanna faz cara de paisagem, solta um suspiro e repete para si mesma "a vida é bela, e é mais colorida pra quem é otimista e pensa positivo", enquanto guarda as lembranças - todas elas, boas e nem tão boas assim - com caneta perfumada no caderno cor de rosa.

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"Be kind to me, or treat me mean. I'll make the most of it, I'm an extraordinary machine!"