Sexta-feira

Já que Preguiçosa Adormecida não conta, conto eu. Sexta ela se formou, e eu, que adoooooro uma presepada, me convidei pra colação de grau dela. No Scala. Sentiram o nível do drama?

Chegando lá, o flanela-bandidão assaltou a gente em 10 reais. Mil centavos pra parar o carro na calçada quase em frente a uma Delegacia. Ok, toma, seu achacador fdp, isso não vai apagar o brilho desta noite mágica. Tomei umas cervejas do lado de fora com Pequenina, amiga e vizinha da formanda, enquanto tentávamos consertar o salto de sua sandália. E dividíamos um pacotinho de amendoim. Muito glamour.

Lá dentro, tentamos achar uma mesa com 5 lugares vagos, mas todas já estavam ocupadas por mochilas. Ainda não sei quantos furtos foram registrados. Mas o que importa é que não havia mais mesas! A louca do cerimonial, super sem graça, gritava no microfone, interrompendo o casal de cantores de churrascaria, que as mesas eram para serem divididas. Como no Scala é uma comanda por mesa, baixou aquele receio de dividir a mesa com caloteiros. Ainda mais num lugar que cobra 5 reais numa cerveja morna.

Segue a colação, aquele monte de gente que se estapeou por uma cadeirinha agora fica em pé, bloqueando a visão do resto da platéia. Lindo, um show de educação e finesse. Aproveitei o mau humor pra responder um dos torpedos que o Falecido tinha me mandado no dia anterior. Ele não deixou barato e me deu um fora digno de aplausos. Palmas pra ele, dá licença que eu vou pro fumódromo chorar um cadinho... Paguei mico, abaixei no chão e choreeeeeeeeeeei pra burro. Tanto que um gente-boa da segurança veio me oferecer um copo dágua. Fofo solidário, me comoveu e chorei mais. Acho que assustei o moço. Mas saí no lucro, já que o copinho dágua lá custa 3 reais.

Depois que toda a cabeçada de embecados pegou seu canudo simbólico - porque o diploma mesmo leva quase 1 ano pra sair - um formando foi chamado ao púlpito. Legal, sempre tem um ou outro que discursa... Nada. O rapaz, meio nervoso, pegou o microfone e convidou uma moça pra subir ali com ele. A menina, toda sem graça, levantou da cadeirinha na platéia e foi, com um sorrisinho amarelo. Chegando lá, o maluco ajoelhou e pediu sua mão. Gente, que lind... que cafona! Que coação! Imagina se a moça não tá mais afim? Como que se diz 'NÃO' numa hora dessas??? Eu sei. Juro que se fosse comigo, mandava um não só de sacanagem. Eu nunca disse que era legal.

Essa foi a gota dágua pra eu me mandar de lá. Abandonei formanda e família pra não estragar a comemoração deles e fui pro postinho. Cheguei lá de cara meio inchada, mas valeu a pena. Bebi até o dia clarear e ainda pude assistir um barraco, com polícia e tudo. Muito digno.