O motivo dessa minha presepada chamada
blog sempre foi ser uma
alternativa gratuita à terapia. Muito me aliviava poder sentar e cuspir minhas mazelas aqui, e em alguns minutos, às vezes horas, eu conseguia rir do que antes me incomodava, e a vida seguia como sempre deve ser:
bela.
Foi assim durante meses, até que
começou a virar fonte de problema. Mesmo resguardando identidades alheias, não precisava muito pra cada uma das minhas
pedras no sapato se identificarem aqui. Principalmente quando eu achei que super seria bonito linkar o blog no meu orkut. Não demorou até meus leitores raivosos juntarem
lé com
cré e se tocarem que, sim,
era de VOCÊS mesmos que eu falava.
Aparententemente a Constituição resguarda meu direito livre de me expressar, e
sou tão fã deste direito que foram raríssimas as vezes em que moderei comentários ou censurei anônimos. Se eu posso falar o que bem entendo, todos podem, oras. E verdade seja dita, MUITOS se aproveitaram deste delicioso direito, a maioria escondida atrás do pseudônimo mais clichê:
Anônimo. Poucos se deram ao trabalho de inventar um nominho de guerra.
Chega a ser
ridículo. Já deixei claro inúmeras vezes que, sim, eu
identifico os anônimos. Você pode não dizer que você é você, mas eu sei. Um dos poucos que tiveram inteligência pra driblar meu
gadget X9 foi o Marcelo. Ponto pra ele. Mas sabem o que eu acho? Os
anônimos cagam pra identificação. Anônimos querem só passar e tacar suas pedras, aliviar suas próprias frustações, e isso é muito mais fácil quando se acha um
bode expiatório tão disponível quanto eu fui.
Só que eu
cansei. Cansei de levar uma culpa escrota que não é minha, cansei de bancar a
Geni pra gente tão insatisfeita com a vida que leva que tenta até viver a vida dos outros. Na boa? Não sou eu que preciso de terapia.
VOCÊS precisam de terapia, seja tratamento psicoterápico, seja fazendo tricô, seja aprendendo francês, seja escrevendo um blog.
Super recomendo a última opção.
*****
Nota da redação (haha): é óbvio que as 492 postagens e seus comentários não foram deletados definitivamente. Deu trabalho escrever aquele monte de abobrinhas ao longo de tantos meses. Talvez, um dia, eu retorne com eles, mas juro que uma pulga morde minha orelha de bicho curioso: sem o Cuspindo, de quem ou de que vai ser a culpa daqui pra frente? A conferir.