Querido Diário.

Depois de uma noite feliz, mesmo dormida numa cama recém quebrada, e da relutância de madrugar pra ir pro Pilates, até que a aula foi boa. Super preciso, ainda mais depois das cocadinhas que Namorado trouxe de Salvadô.

Cheguei no trabalho já com paciente esperando. Uma veio pra tomar vacina e, enquanto esperava, teve um piripaque doido. Parada cardiorrespiratória. Ali, na recepção. Depois de massagem cardíaca, voltou como se nada houvesse. Muito estranho. Deixei em observação, fiz um sedativo leve, e a bichinha estava uma maravilha. De repente... seu coração parou de novo. Dessa vez não teve adrenalina que a trouxesse de volta, e ela se foi nas minhas mãos, observada pela dona e sua filha, de uns 3 ou 4 aninhos. Nunca vou esquecer da carinha assustada com lágrimas nos olhos daquela bichinha humana no cantinho da sala, que me olhava apertar o peito da sua cachorrinha e aplicar várias injeções. Em vão.

Pela primeira vez, não chorei por perder um paciente, mas por ver a dor genuína de alguém que tinha amor por um bichinho desde que se entende por gente. Tomara que as cenas fortes de hoje não marquem pra sempre de um jeito ruim o coração daquela menininha. Shuiff...